Pesquisar neste blogue

Este Blog é um espaço onde coloco as minhas opiniões e aquilo em que acredito. Espero ver o vosso feedback ao que escrevo e sugestões sobre assuntos que mereçam que se gaste tempo com eles.

domingo, 8 de maio de 2011


     Reclamo eu com o novo acordo ortográfico que em vez de fazer com que todos falem cada vez mais português, está a levar a que todos falemos uma derivação que se vai afastando cada vez mais da língua original ou o que ainda temos dela. Hoje, um brasileiro, Pr. Paulo Júnior, mostrou na congregação onde eu assisto, que até os portugueses que se recusam a deixar a sua língua ser desvirtuada, como eu, interpretam mal o português (ou não deixam o Espírito Santo clarificar o sentido real do que está escrito na nossa língua, seja ela qual for).


     “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor.”  Lucas 4: 18-19.

     Quando ouvimos “apregoar” que Jesus é o nosso Salvador e o aceitamos, passamos a ser “cativos” sabedores da liberdade que existe em Jesus, ganhamos a nossa salvação. Ainda assim é apenas o começo, podemos ter muito mais se fizermos por isso. Caso queiramos, a “liberdade que nos foi apregoada” pode ser nossa e dessa forma tornamo-nos “ex-oprimidos”, “oprimidos libertos”.

     Entre conhecermos a liberdade e usufruirmos dela existe uma distância, entre sermos salvos e vivermos uma vida de salvos existe algo no meio, “dar vista aos cegos”. Temos que deixar de ser cegos para sermos libertos.

     Deus mostra-se a nós através da acção de Jesus, nós aceitamo-lo e somos salvos mas para vivermos livres temos de deixar de ser cegos, temos que, e passo a citar o Pr. Paulo Júnior, temos de não apenas enxergar, mas ver claramente, não somos realmente cegos, temos é uma miopia, vemos mas não claramente. Como deixar de ser míope? Fisicamente compramos uns óculos, espiritualmente, o Deus que está connosco desde que o aceitámos tem que passar a estar em nós, para que passemos a ver plenamente a sua vontade e passemos a ser ferramentas na sua obra.

     A nossa vida não pode ser com os olhos postos em Jesus, (Deus connosco) usufruindo da vantagem que isso nos trás (depósitos), temos que ver claramente e para isso viver com ele em nós, transformando-nos interiormente e consequentemente mudando o nosso exterior, acções e atitudes e dessa forma sermos instrumentos para bênção dos outros que nos rodeiam (canais).

     “… o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois habita convosco, e estará em vós.”  João 14: 17. 


DR

Não queira fazer tudo sozinho porque com ajuda os nossos limites moram muito mais longe.

domingo, 1 de maio de 2011

Quem é da geração à rasca ?

Estou a passar esta mensagem que li em um blog, de alguém que não conheço mas que tem uma opinião semelhante à minha. Acho muito importante pensarmos em tudo o que está escrito e verificarmos a percentagem de veracidade que transporta. Esta é, claro, a minha opinião, vale o que vale...

A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca.
Foi uma geração com capacidade para se desenrascar.
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores.
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado ou de quem quer que fosse para se desenrascar.
Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho, o Artur, já se encontrava.
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo.
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.
Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.
Foram trabalhar.

Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.
Não ficaram à espera.
Foram taberneiros.
Foram carvoeiros.
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de vinho ao balcão.
Foram simples empregados de tasca.
Mas pouparam.
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.
Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.
Porque sempre acreditaram neles próprios.

E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.
Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao ensino e à formação como ferramentas para o futuro.
Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as condições que necessitaram.
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me conduz.

Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito.
Não preciso das ajudas do Estado.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.
Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.

Preciso de mim.
Só de mim.
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.
Porque me desenrasco.
Porque sempre me desenrasquei.

O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.
Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.
Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque tudo lhes foi sendo oferecido.
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil prosperidade.
Sentem-se desiludidos.

E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida é um mar de rosas.
Mas não é.
É altura de aprenderem a ser humildes.
É altura de fazerem opções.
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a pensar ser facilmente conseguida.
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer coisa.
Mexam-se.
Trabalhem.
Ganhem dinheiro.

Na loja do Shopping.
Porque não ?
Aaaahhh porque é Doutor...
Doutor em loja de Shopping não dá status social.
Pois não.
Mas dá algum dinheiro.
E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado emprego "digno".
O tal que dá status.

O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho.
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.

Geração à rasca ?
Vão trabalhar que isso passa.
 



DR
Não queira fazer tudo sozinho porque com ajuda os nossos limites moram muito mais longe.