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Este Blog é um espaço onde coloco as minhas opiniões e aquilo em que acredito. Espero ver o vosso feedback ao que escrevo e sugestões sobre assuntos que mereçam que se gaste tempo com eles.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A NEVE de Augusto Gil

     Olá mais uma vez!
   Esta mensagem é dedicada à poesia portuguesa e está aqui porque eu recitava parcialmente e mal, algumas linhas desta poesia desde que me lembro e, graças a uma nova tecnologia, a Internet, que também tem coisas boas como podem confirmar, procurei e encontrei a poesia completa, correcta e com o nome do Autor.
   Espero que gostem porque eu achei uma forma de variar e igualmente com valor.

A NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
- depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.


Augusto Gil - Luar de Janeiro, 1909

domingo, 24 de julho de 2011

Verbos da Economia

     Mais uma vez faço uso do artigo de um colonista em que aprecio bastante a sua perspectiva  de ver as coisas que nos rodeiam. Repito que não aprovo más línguas, mesquinhices, politicas ou coisas do género. Aprecio sarcasmo qb (quanto baste) e humor "britânico", (humor que obriga a capacidade de raciocínio).


     “Há verbos simples e complicados. Os mais simples são aqueles que não têm argumentos. O verbo chover e nevar não têm qualquer argumento. Simplesmente chove ou neva, sem que se queira saber o que é que chove ou para quem é que neva. Mas o verbo rir, tal como morrer e chorar, tem um argumento. Se existe riso, é porque alguém está a rir: eu, o vizinho do lado, a plateia ou o boneco animado.
   Depois temos os verbos com dois argumentos: matar, ferir, pintar, e tudo aquilo que alguém ou alguma coisa tem que de fazer acontecer noutra coisa ou alguém: o António feriu o Joaquim, o carro matou o transeunte, o artista pintou o quadro. Os verbos com três argumentos são mais complicados, porque temos que pensar em três coisas à volta deles: alguém deu uma moeda ao pobre, o João trouxe o automóvel de casa, o Rui enviou uma carta à namorada ou o barco levou os navegantes até à costa.
   Os verbos mais complicados têm quatro argumentos. Exemplos: um coleccionador trocou com outro uma moeda por um selo, o Francisco comprou um automóvel no stand por 30 mil euros, eu emprestei dinheiro ao Estado por um certo juro. É certo que as expressões matemáticas podem relacionar mais argumentos. Mas no discurso verbal, o limite fica por aqui. O curioso é que os verbos mais complexos, que mais obrigam a pensar, se usam no domínio da economia. Nem toda a gente consegue ter na cabeça quatro argumentos ao mesmo tempo. Será por isso que os políticos mal se entendem sobre assuntos económicos?”

J. L. Pio Abreu (Psiquiatra e Professor Universitário)
Jornal Diário DESTAK de 22 de Julho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

Mesquinhez

     Antes de transcrever um artigo que li num jornal diário, hoje, dia de eleições em Portugal, quero dizer que eu nunca colocaria neste blog, entre vários outros tipos de assuntos, mensagens de teor politico. O que vou escrever é uma opinião de um colaborador de um jornal, opinião essa que eu assino por baixo.

   "Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas mesquinhas falam sobre outras pessoas." Esta frase, atribuída a Platão, corre nas redes sociais e reúne um consenso razoável. Eu também concordo.
   Na verdade, tenho saudades do tempo em que se discutiam ideias. Ideias pensadas, escritas, lidas, faladas, ouvidas argumentadas, criticadas, mas sempre ideias com alguma coerência e projectadas no futuro. Até tenho saudades das campanhas eleitorais em que se propunham ideias sem protagonistas.
   Nesta campanha eleitoral só se discutem pessoas. Como se dizia noutros tempos, caiu-se na falácia dos argumentos ad-hominem. Já nem os partidos interessam, os programas muito menos, as ideias são coisas avulsas. Aliás, já todos esqueceram a crise do sub-prime e a queda do Lehman Brothers. Ninguém repara que a Europa é incompetente para travar o ataque especulativo à sua moeda e que a Grécia, aqui ao lado, se está a transformar na pedra que afundará o sonho de uma comunidade europeia.
   Com tanto ruído na paróquia, ninguém já consegue olhar para fora. Tudo se resume a saber quem foi o paroquiano que nos afundou e qual a pessoa que nos vai salvar. A salvação até está escrita e assinada, mas aguarda por calendas. O que entretanto se vê é o espectáculo dos vizinhos desentendidos na catalogação de santos e vilões. No fundo, só falam de pessoas. Se concordamos com a máxima de Platão, deixaram a inteligência de lado para abraçar a mesquinhez.

J. L. Pio Abeu (Psiquiatra e professor universitário)                      

Jornal Destak, 27 de Maio de 2011

DR
Não queira fazer tudo sozinho porque com ajuda os nossos limites moram muito mais longe.

domingo, 8 de maio de 2011


     Reclamo eu com o novo acordo ortográfico que em vez de fazer com que todos falem cada vez mais português, está a levar a que todos falemos uma derivação que se vai afastando cada vez mais da língua original ou o que ainda temos dela. Hoje, um brasileiro, Pr. Paulo Júnior, mostrou na congregação onde eu assisto, que até os portugueses que se recusam a deixar a sua língua ser desvirtuada, como eu, interpretam mal o português (ou não deixam o Espírito Santo clarificar o sentido real do que está escrito na nossa língua, seja ela qual for).


     “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor.”  Lucas 4: 18-19.

     Quando ouvimos “apregoar” que Jesus é o nosso Salvador e o aceitamos, passamos a ser “cativos” sabedores da liberdade que existe em Jesus, ganhamos a nossa salvação. Ainda assim é apenas o começo, podemos ter muito mais se fizermos por isso. Caso queiramos, a “liberdade que nos foi apregoada” pode ser nossa e dessa forma tornamo-nos “ex-oprimidos”, “oprimidos libertos”.

     Entre conhecermos a liberdade e usufruirmos dela existe uma distância, entre sermos salvos e vivermos uma vida de salvos existe algo no meio, “dar vista aos cegos”. Temos que deixar de ser cegos para sermos libertos.

     Deus mostra-se a nós através da acção de Jesus, nós aceitamo-lo e somos salvos mas para vivermos livres temos de deixar de ser cegos, temos que, e passo a citar o Pr. Paulo Júnior, temos de não apenas enxergar, mas ver claramente, não somos realmente cegos, temos é uma miopia, vemos mas não claramente. Como deixar de ser míope? Fisicamente compramos uns óculos, espiritualmente, o Deus que está connosco desde que o aceitámos tem que passar a estar em nós, para que passemos a ver plenamente a sua vontade e passemos a ser ferramentas na sua obra.

     A nossa vida não pode ser com os olhos postos em Jesus, (Deus connosco) usufruindo da vantagem que isso nos trás (depósitos), temos que ver claramente e para isso viver com ele em nós, transformando-nos interiormente e consequentemente mudando o nosso exterior, acções e atitudes e dessa forma sermos instrumentos para bênção dos outros que nos rodeiam (canais).

     “… o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois habita convosco, e estará em vós.”  João 14: 17. 


DR

Não queira fazer tudo sozinho porque com ajuda os nossos limites moram muito mais longe.

domingo, 1 de maio de 2011

Quem é da geração à rasca ?

Estou a passar esta mensagem que li em um blog, de alguém que não conheço mas que tem uma opinião semelhante à minha. Acho muito importante pensarmos em tudo o que está escrito e verificarmos a percentagem de veracidade que transporta. Esta é, claro, a minha opinião, vale o que vale...

A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca.
Foi uma geração com capacidade para se desenrascar.
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores.
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado ou de quem quer que fosse para se desenrascar.
Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho, o Artur, já se encontrava.
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo.
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.
Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.
Foram trabalhar.

Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.
Não ficaram à espera.
Foram taberneiros.
Foram carvoeiros.
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de vinho ao balcão.
Foram simples empregados de tasca.
Mas pouparam.
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.
Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.
Porque sempre acreditaram neles próprios.

E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.
Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao ensino e à formação como ferramentas para o futuro.
Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as condições que necessitaram.
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me conduz.

Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito.
Não preciso das ajudas do Estado.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.
Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.

Preciso de mim.
Só de mim.
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.
Porque me desenrasco.
Porque sempre me desenrasquei.

O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.
Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.
Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque tudo lhes foi sendo oferecido.
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil prosperidade.
Sentem-se desiludidos.

E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida é um mar de rosas.
Mas não é.
É altura de aprenderem a ser humildes.
É altura de fazerem opções.
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a pensar ser facilmente conseguida.
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer coisa.
Mexam-se.
Trabalhem.
Ganhem dinheiro.

Na loja do Shopping.
Porque não ?
Aaaahhh porque é Doutor...
Doutor em loja de Shopping não dá status social.
Pois não.
Mas dá algum dinheiro.
E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado emprego "digno".
O tal que dá status.

O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho.
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.

Geração à rasca ?
Vão trabalhar que isso passa.
 



DR
Não queira fazer tudo sozinho porque com ajuda os nossos limites moram muito mais longe.

domingo, 20 de março de 2011

"A Fé sem obras é morta"

     Boa tarde!


   Decidi escrever esta mensagem porque estou farto de ouvir grandes coisas que poderiam ser feitas se "eu" estivesse lá, situações que não aconteceriam se "eu" mandasse, tudo isto chegou a este ponto porque "eu" não estou lá, etc. Chego à conclusão que existe solução para tudo o que de mau se passa por este mundo fora e é bastante simples, o "eu" sabe como resolver, desde a crise mundial à unha encravada que alguém que vive do outro lado da terra tem, a dor de dentes do vizinho do lado, ou seja, toda a solução está nas mãos do "eu". E sabem como tratar de todos os problemas do mundo? O "eu" sabe e diz: "Sei com resolver tudo o que de mal se passa, "eu" sei... mas não me ponham lá senão deixo de dizer como fazer e começo a fazer o que todos fazem."
   Isto foi uma introdução para o que me faz escrever este pensamento. Penso que todos sabem o que fazer enquanto não tem que fazer, quando podem fazer, fazem o que todos fazem.


   Vamos deixar a hipocrisia, vamos ser honestos e sinceros, vamos chamar as coisas pelos nomes, vamos ser e fazer por ser, vamos agir para podermos ser, vamos mostrar o que é ser e não falar de como poderíamos ser.
   Li um livro de um líder sul americano que contava que uma vez apresentou à igreja que pastoreava uma mensagem sobre viver o cristianismo para ser cristão e não falar do evangelho para parecer cristão. Na reunião seguinte voltou a repetir a mesma mensagem. Na seguinte, repetiu a mensagem. Ao fim de 4 ou 5 reuniões, sempre a repetir a mesma mensagem um sub líder chegou-se a ele e disse-lhe que os membros da igreja estavam a ficar cansados de ouvir sempre a mesma mensagem, se ele não podia falar de outra coisa. A resposta foi que ele iria mudar de mensagem quando quem o ouvia começasse a fazer o que ele apresentava, enquanto não houvesse mudança de atitude não havia mudança de mensagem.


   Não sei se já tinha escrito sobre este pensamento, também não fui ver porque se me está a deixar incomodado é porque, a começar em mim, alguém precisa de pensar sobre este assunto. Se me repito... pode ser uma necessidade a repetição.


     VAMOS VIVER CRISTIANISMO PARA NA REALIDADE E PERANTE TODO O MUNDO SERMOS VISTOS COMO TAL, CRISTÃOS     


O livro a que faço referência é de Juan Carlos Ortiz, o nome do livro não me lembro, se alguém souber diga porque é digno de ser lido, estudado e interiorizado.

DR
Não queira fazer tudo sozinho porque com ajuda os nossos limites moram muito mais longe.